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O que é a consciência metalinguística?

Os saberes sobre a língua às vezes passam despercebidos pelos adultos no dia a dia. Lemos, escrevemos e interpretamos com base em todo o conhecimento e repertório que construímos ao logo dos anos.


Entretanto, quando nos propomos a ensinar a língua, temos que ter consciência de todos os conhecimentos e habilidades que essa aprendizagem requer. Estudando o livro Consciência fonológica na Educação Infantil e no ciclo de alfabetização, do Arthur Gomes de Morais (2020), me deparei com a citação de algumas habilidades sobre as quais devemos estar conscientes e atentos durante o processo de alfabetização.



Antes de citá-las, é importante falar sobre a necessidade de adotarmos uma conduta metalinguística, como educadores, e intervir para que esta também seja desenvolvida por nossos alunos. Mas, afinal, o que é a consciência metalinguística? Segundo o autor, é pensar sobre a língua, tratar a linguagem como objeto de reflexão: pensar e refletir sobre "seus sons, suas palavras ou partes destas, as formas sintáticas usadas nos textos que construímos, as características e propriedades dos textos orais e escritos" (MORAIS, 2020). Superar a visão utilitarista que muitas vezes se tem da língua, nos permite compreendê-la melhor e, consequentemente, fazer seu melhor uso.


A fim de situar o termo consciência fonológica, tema do livro, Morais (2020) pontua algumas das habilidades metalinguísticas que desenvolvemos ao longo do nosso desenvolvimento e que impactam na forma como lidamos com a linguagem escrita. São elas:


Habilidades metatextuais: diz respeito à nossa capacidade de escolher determinado gênero textual de acordo com nossos objetivos, respeitando sua estrutura e vocabulário;


Habilidades metassintáticas: diz respeito à nossa capacidade de usar a língua (escrita e falada) respeitando sua gramática e ajustando-a conforme contextos mais ou menos formais;


Habilidades metamorfológicas: diz respeito à nossa capacidade de refletir sobre os morfemas, ou seja, as partes de uma palavra que compõem unidades de significado (prefixos e sufixos, por exemplo);


Habilidades metafonológicas: diz respeito à nossa capacidade de pensar sobre os sons das palavras e de perceber que existem as que compartilham sons parecidos (como "boca" e "bota") e palavras que rimam (como "balão e sabão"), por exemplo.


Ter consciência das habilidades a serem desenvolvidas por nossos alunos torna o planejamento e a prática mais assertivos. Conhecer o que cada criança sabe sobre a língua, propor diferentes momentos para que ampliem seu repertório e estimular a curiosidade e a reflexão sobre a língua são fundamentais para o processo de alfabetização.


Recomendo a leitura do livro citado para que conheçam mais sobre tais habilidades e para que se aprofundem no conceito de consciência fonológica.








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